Se você não
quiser ouvir realmente o que penso, não me peça para ser sincera. Quando tenho
abertura para falar o que acho, é exatamente isso o que vou fazer. Esta
introdução é apenas para ilustrar o ocorrido numa das nossas belas noites em
Cabo Polônio, no Uruguai.
Fomos para
lá no início de 2014. Passamos três dias no povoado localizado no Departamento
de Rocha. Deixamos nossas malas no hostel onde ficamos em La Paloma e seguimos
só com o necessário para Cabo Polônio, já que sabíamos que o trajeto da entrada
do Parque Nacional até o povoado, seria por carros 4x4. Só veículos desse tipo
são autorizados a cruzar as dunas de acesso ao vilarejo.
A população
fixa é bem reduzida, mas centenas de turistas visitam o local na alta
temporada. Alguns por apenas um dia, chegam pela manhã e deixam Polônio no fim
da tarde. Não há energia elétrica, mas muitos estabelecimentos possuem gerador,
como o hotel onde ficamos, o La Perla del Cabo.
Adoro
lugares rústicos como Cabo Polônio, sempre gostei. Lá também há um farol, como
outros que conhecemos no Uruguai. Aliás, conhecer faróis foi uma das nossas
diversões nesta viagem, até porque tenho uma visão poética dessas torres e suas
luzes de alerta aos navegadores.
Mas o diferencial
do farol de Cabo Polônio é que foi nele que Jorge Drexler (uma das minhas
paixões) se inspirou para compor “12 segundos de oscuridad” (letra de Drexler e
música de Vitor Ramil). Drexler não se ateve à luz emitida pelo farol a cada
doze segundos, não era isso o importante para ele, mas sim aos doze segundos de
escuridão no intervalo entre um flash e outro. “Un faro quieto nada sería.
Guía, mientras no deje de girar. No es la luz lo que importa en verdade, son
los 12 segundos de oscuridad.”
Além disso,
aquele é um lugar mágico em noite de lua cheia. E demos a sorte de vê-la
refletida no mar, das cadeiras de frente para a praia na varanda do quarto do
hotel. Não sei dizer ao certo se foi sorte ou se o Vlad programou para que
estivéssemos lá justamente numa noite de lua cheia. Mais um dos momentos em que
fotos não traduzem a sensação transmitida pela imagem real.
E foi numa
das noites em Polônio que, sentados em um sofá do simpático espaço do hotel, entre
o restaurante e o bar, pedimos ao barman o drink Escalera al Cielo, que leva vodka,
curaçao blue e vermute branco. Sabia que era típico do país e fiquei curiosa
para experimentá-lo. Não lembro se perguntamos o nome do barman, mas ao pensar
nele vejo o ator Thomas Haden Church. A cara dele!
Parecendo
meio contrariado com o pedido, ele disse que o Escalera era um drink forte e
sugeriu que eu provasse um outro, com Aperol, suco de laranja
e soda. Vendo minha resistência em mudar o pedido, disse que se eu não gostasse
do sugerido, poderia devolver que ele faria o Escalera al Cielo. Não fiquei
muito convencida, mas com a insistência acabei aceitando.
Conclusão?
Não gostei. Sem graça, fui com o Vlad até o balcão do bar, onde estavam o
barman e outros funcionários, já em final de expediente, sentados nos bancos do
balcão, conversando animados, alguns bebendo. Me desculpando, disse a ele que
não havia gostado do drink... queria mesmo o Escalera. Sentamos, então, por lá
também, ele bebeu o drink que fez para mim, ofereceu para uma das funcionárias,
e começou a preparar o meu pedido original. Ficamos ali conversando um pouco,
ele ofereceu Coca-Cola com Fernet (provei e também não gostei) e finalmente
tomei o Escalera al Cielo. E adorei!
O “Thomas” não gostou de eu ter devolvido e não escondeu muito bem isso. Mas... ele disse que se eu não gostasse poderia falar... e falei! Ficamos pensando o porquê de ele ter ficado contrariado e chegamos a duas deduções: porque ele era o criador do drink que devolvi ou por ciúme de eu preferir o coquetel criado por outro barman uruguaio. De qualquer forma, é bom lembrar que nem todas as mulheres gostam de drinks fraquinhos e doces.
O “Thomas” não gostou de eu ter devolvido e não escondeu muito bem isso. Mas... ele disse que se eu não gostasse poderia falar... e falei! Ficamos pensando o porquê de ele ter ficado contrariado e chegamos a duas deduções: porque ele era o criador do drink que devolvi ou por ciúme de eu preferir o coquetel criado por outro barman uruguaio. De qualquer forma, é bom lembrar que nem todas as mulheres gostam de drinks fraquinhos e doces.
Não mesmo!
ResponderExcluirMinha filha Juliana é um exemplo. Como brinco com ela: "Meu filho Homem" Rsrs
Belo Lugar, Belas Fotos.
Da série "não quer saber, não pergunte" ou "se perguntar, esteja preparado para a resposta"... rs. Lindo lugar mesmo, Alcides.
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