sexta-feira, 6 de março de 2015

Roma

Na minha viagem para a Europa em 2009, a segunda cidade que visitei foi Roma.

Saímos bem cedo de Paris depois de apenas dois dias por lá.  E chegamos em Roma sob garoa.

O caminho para o hostel era curto, mas nos hospedamos bem perto da estação Termini e por isso não sofremos demais com a garoa até chegar lá.
O hostel era, na verdade, uma guest house. Um quarto em um grande condomínio na Via Princepe Amadeo. O lugar era bem simpático e o senhor que nos atendeu foi bastante atencioso. Ele explicou onde poderíamos comprar ingresso para o Coliseu e Foro Imperiali, onde poderíamos tomar café com os tíquetes que ele nos entregou e também nos deu algumas dicas de segurança e lugares para evitar. Conversei um bocado com ele e depois fomos para o quarto esperar a garoa passar, mas naquele momento a garoa já havia se transformado em chuva e não dava sinal de esmorecer. Pensei por um momento que aquele dia em Roma estava perdido.
Mas, como teríamos apenas dois dias por lá, resolvemos pegar os guarda-chuvas e sair assim mesmo.
E a decisão se mostrou acertada!


Transporte peculiar para um dia chuvoso em Roma
As ruas, mesmo debaixo de chuva, eram convidativas para um passeio. Poderíamos ter deixado para visitar alguns pontos mais importantes no dia seguinte, sem chuva, mas como estávamos razoavelmente perto do Coliseu, resolvemos ir até lá. Saindo do hostel era apenas uma ou duas quadras até a Via Cavour, que passava pela Basílica de Santa Maria Maggiore e seguia até o Coliseu e o Foro Imperial.
A Basílica de Santa Maria Maggiore foi construída em torno de 420 e é a mais antiga igreja consagrada à Virgem Maria. Segundo a lenda, no século IV o Papa Libério teve um sonho em que a Virgem Maria lhe disse que nevaria e pediu para ele construir uma igreja em sua honra onde a  neve caísse. Quando nevou no Monte Esquilino, no dia 5 de agosto de 356, em pleno escaldante verão romano, o papa lançou as fundações da Basílica. Por isso também é chamada de Basílica de Nossa Senhora das Neves. Sua torre é a mais alta entre as existentes em Roma e o seu interior ainda apresenta a estrutura medieval original. Mas o que mais chama atenção é o teto dourado, feito com o primeiro ouro trazido por Colombo do continente americano. Para ver direito esse teto é preciso depositar uma moeda de um euro em um dispositivo na entrada que ilumina a igreja por alguns segundos. Tempo suficiente para tirar uma fotografia, mas imagino que seja um inconveniente para muitas pessoas que vão lá para fazer sua oração.


Basílica de Santa Maria Maggiore

O teto dourado
Saímos da basílica com a chuva um pouco mais fraca e passamos pelo que parecia ser uma papelaria, onde compramos um ingresso que servia para o Coliseu e o Foro Imperial.
Descendo a Via Cavour, não demorou muito para o Coliseu aparecer ao fundo de uma pequena rua. E a visão do enorme monumento ao fundo, debaixo de chuva, tinha algo de encantador. Foi para lá que seguimos.
 

No final da rua, o Coliseu
A chuva deve ter espantado a maioria dos turistas. Fora um grupo de alunos enfileirados na entrada, não havia muitas pessoas por lá. Como já tínhamos comprado os ingressos, não precisamos passar pela bilheteria e, sem filas e sem demora, entramos no Coliseu.
Estar lá dentro trouxe uma mistura de sentimentos conflitantes. Primeiro o assombro diante da grandiosidade daquela construção, o deslumbramento ao contemplar uma obra com dois mil anos de história, o peso dessa história entre suas colunas, corredores e arquibancadas… e a lembrança imaginativa e inevitável de tantas tragédias que aquele local testemunhou, principalmente ao voltar os olhos para as masmorras agora nuas, mas que antigamente se escondiam embaixo do chão da arena. E a chuva só fazia essa atmosfera ficar ainda mais forte!



Colunas que sustentam vinte séculos de história

Interior do Coliseu com suas masmorras expostas

Detalhe de um dos corredores da arena


Lá fora, o Arco de Constantino debaixo de chuva

As masmorras do Coliseu

Detalhe das trágicas masmorras
Sem pressa, ficamos um longo período ali. Aparentemente não havia limite de duração da visita e, como não pagamos um guia, estávamos nos guiando por nossa própria conta.
Saímos de lá quando demos conta que já estava ficando tarde e a entrada no Foro Imperial seria fechada. Mas antes dedicamos algum tempo ao Arco de Constantino que fica quase ao lado da entrada do Coliseu.


O Arco de Constantino

Arco de Constantino e o outro lado do Coliseu

Detalhes do Arco de Constantino

Detalhes do Arco de Constantino


Detalhes do Coliseu visto de fora


Depois de contemplar e fotografar o arco, rumamos para a Via Sacra, que é a entrada para o Foro e também a rua mais importante da antiga Roma. Logo no começo dela já se vê o Arco de Tito, mais um dos quatro arcos que ainda existem em Roma. Passamos pela entrada poucos minutos antes de fecharem. Era 5 da tarde e aquele monumento histórico estava absolutamente vazio! De lá dava para ver que ainda havia algumas pessoas no Coliseu. Imagino que pelo avançado da hora e pela chuva, que agora já tinha parado, as pessoas simplesmente desistiram de visitar o Foro. Sorte nossa! Tivemos aquele espaço só para nós.

O Arco de Tito na entrada do Foro Imperiali

Colunas do templo de Vênus e Roma

O templo de Vênus e Roma


O Foro Imperiali cobre uma grande área no vale entre os montes Palatino e Capitolino e foi o centro cívico e político do Império Romano. Dá para passar horas caminhando entre as ruínas do Templo das Virgens Vestais, do Templo de Castor e Polux, da Basílica Julia, do Templo de Saturno, do Templo de Rômulo, sistemas de esgoto, poços artesianos, casas de banho. É um passeio, em uma palavra apenas, impressionante. E tudo aquilo estava vazio. E com um sol de fim de tarde que resolveu aparecer depois da chuva, iluminando e deixando aquele cenário ainda mais espetacular. Acho que ficamos umas duas horas por lá. E ainda tivemos tempo de conhecer o Circo Máximo, que era onde aconteciam as corridas de bigas. Não tinha como não pensar em Ben-Hur…

Templo de Antonio e Faustina

Estadio de Domiciano

Domus Augusta

Arco de Jano

Templo de Castor e Pollux

Templo de Saturno


Basílica Julia

Templo de Vesta

Arco de Septimus Severus

O Foro Imperiali iluminado pelo sol do fim da tarde

Circo Massimo
Seguimos de lá até o Panteon, mas já estava fechado, então rumamos para a famosa Fontana di Trevi enquanto ainda havia luz do dia para fotografar.
Essa sim estava cheia, muito cheia!!! Foi muito difícil conseguir tirar uma foto sem aparecer um monte de turista ao redor. Acho que tivemos que esperar quase meia hora para conseguir uma. A fonte é linda, sim… mas com aquela aglomeração de gente não tinha nada de romântico nela. As pessoas jogam uma moeda na fonte para se assegurar de que um dia voltarão para Roma.




Quem vê pensa que só tinha eu lá...


Quando voltamos para o hostel, me lembrei que não joguei nenhuma moeda lá. Vou ter que voltar um dia para jogar minha moedinha…

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