Foi em 2011 que fui para a Espanha, para a Jornada Mundial da Juventude em Madri. Antes, passamos por Lisboa, Óbidos, Fátima e Porto, em Portugal. Na Espanha visitamos Santiago de Compostela, Salamanca e Toledo.
Muitos jovens, de várias nacionalidades, que foram para o encontro com o Papa Bento XVI, fizeram como nós, conhecendo a região antes ou depois da semana da jornada em Madrid. Por conta disso, Santiago de Compostela, na Galícia, estava muito movimentada, apinhada de peregrinos, o que nos possibilitou presenciar a celebração do botafumeiro ao final da missa. Geralmente ele é suspenso de acordo com um calendário religioso, com datas já determinadas, ou quando um grande grupo visita a Catedral. E como não presentear aqueles milhares de jovens que ali estavam? Foi o que aconteceu. E vivi um momento de grande emoção. Filmando o botafumeiro com meu celular, em certo momento comecei a tremer e o Dom João me ajudou segurando o celular por um minuto, para que depois eu continuasse a captar as imagens que enchem meus olhos d’água até hoje.
O Botafumeiro é
um enorme turíbulo de latão banhado em prata,
que pesa 62 kg
vazio, mede 1,60 m
de altura e percorre a nave da Catedral incensando o
ambiente. Os homens que manuseiam o botafumeiro são conhecidos como
“tiraboleiros”, palavra que tem origem do latim “thuribulum”, que significa
“lançador de fumo”.
O motivo de uma peça tão grande, contam, é
que antigamente, os peregrinos chegavam para a missa em condições lastimáveis de higiene. E com a
aglomeração deles, o cheiro ficava insuportável. A solução foi criar o
botafumeiro, que, além de fazer parte da celebração religiosa, mudava o aroma
do ambiente.
Hoje não há mais esse problema, os peregrinos que percorrem o Caminho de Santiago fazem paradas, tomam banho, enfim. E o grande turíbulo virou tradição e, consequentemente, atração turística.
O Vlad foi atrás de outras informações, por curiosidade.
O primeiro botafumeiro era todo de prata e foi erguido por volta do século XIII, presente do rei Luíz XI para a Espanha, depois roubado pelas tropas de Napoleão em 1809 e fundido para cunhar moedas francesas. O atual, de latão coberto de prata, foi feito em 1851. Ele chega a subir até 22 metros com velocidade de cerca de 70 Km/h em sua maior amplitude.
E, para quem se pergunta se essa massa de mais de 70 quilos já caiu alguma vez, caiu sim… a primeira vez em 1499, e a segunda em 1622.
Quem estiver indo para Santiago de Compostela e quiser ver o botafumeiro, ele só é erguido em algumas datas:
- 6 janeiro: Epifania do Senhor.
- Domingo de Páscoa.
- Ascensão do Senhor.
- 23 de maio: Festa de aparição do Apóstolo
- Pentecostes
- 25 de julho: Martírio do Apóstolo
- 15 de agosto: Assunção da Virgem Maria.
- 1 de novembro: Dia de Todos os Santos.
- Cristo Rei – 5º domingo antes do Natal.
- 8 de dezembro: Dia da Imaculada Conceição.
- 25 de dezembro: Nascimento do Senhor
- 30 de dezembro: Translado dos restos do Apóstolo.
Fora essas datas, ele pode ser erguido excepcionalmente por ocasião da visita de um grande grupo religioso.
E o nosso, junto a tantos outros religiosos como eu disse, foi um grande grupo, merecedor de presenciar tal evento.
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