Foi essa a primeira sensação que tive quando saí do metrô na Place D’Anvers e tive meu primeiro contato com Paris.
Havíamos chegado no Aeroporto Charles de Gaulle pouco antes das 11 horas, depois de cerca de 10 horas de voo até Milão e outras duas de Milão até Paris.
Aliás, minha grande preocupação nessa viagem sempre foi o tempo de conexão em Milão, tínhamos cerca de uma hora entre o pouso no Aeroporto de Malpensa e a partida para Paris. Me preocupava o pouco tempo para fazer a imigração e embarcar. Estávamos munidos de todos os documentos necessários e mais um pouco: passagens, reservas nos hotéis, dinheiro, cartão de crédito, seguro saúde, carteira de vacinação, carteira de trabalho assinada etc… Mas o tempo que levaríamos ali era uma incógnita.
Pousamos em Malpensa quase meia hora antes do previsto, o que me deu algum alívio, pois teríamos meia hora a mais. O desembarque não foi demorado, mas a grande quantidade de gente que desceu me fez imaginar a fila na imigração e voltei a me preocupar. Para meu novo alívio isso não durou muito, pois, após andar por um longo corredor, vi a quantidade de pessoas diminuir drasticamente. Seguíamos as placas que indicavam a imigração, enquanto muitos se dirigiam a outros corredores. Não havia filas e os guichês estavam bem tranquilos, no nosso havia apenas uma moça. A Teka, minha amiga que me acompanhou nessa viagem, foi na frente com sua pasta cheia de documentos, se houvesse algum problema eu tentaria ajudá-la no inglês. Mas o senhor que estava no guichê nem mesmo olhou para ela… pegou o passaporte, folheou, escolheu uma das folhas, carimbou e fez sinal para que ela seguisse. Depois foi a minha vez e ele repetiu o mesmo procedimento. Não entendemos nada… Será que havíamos pegado uma direção errada? Paramos no meio do caminho e checamos nossos passaportes. Estava ali o carimbo de entrada em Milão. Sim, era isso mesmo. Sem falar sequer uma palavra estávamos oficialmente na Europa! E o melhor, com tempo mais que suficiente para descansar antes de embarcar para Paris.
O transporte a partir dos aeroportos foi sempre muito fácil nas cidades que visitamos. Em Paris, pegamos o trem até Gare du Nord, onde, através de uma passagem subterrânea, entramos na estação La Chapelle, da linha 2 do metrô. De La Chapelle foram apenas duas estações até Anvers.
Logo que saí da estação senti um cheiro adocicado de perfume que parecia sair de um dos vários totens que havia na praça.
Arrastamos nossas malas alguns metros pelo Boulevard de Rochechouart até a Rue de Clignancourt, onde ficava o hostel. Como chegamos muito cedo e o nosso check-in seria apenas às 14 horas, deixamos lá a bagagem e saímos para dar nosso primeiro passeio, uma pequena caminhada até a Basílique du Sacré Coeur.
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Boulevard de Rochechouart visto do hostel. |
Basilique du Sacré Coeur |
É muito fácil andar de metrô em Paris. São 14 linhas e sempre tem uma estação por perto. Assim, pode-se ir facilmente a qualquer lugar na cidade. Fomos a pé até a estação Barbés-Rochechouart e pegamos a linha 4 até a estação Cité. A Île de la Cité é uma das duas ilhas do rio Sena onde Paris foi fundada. Quando saímos do metrô, a primeira coisa que nos chamou a atenção foi a torre escura da Sainte Chapelle, a capela que fica escondida dentro do Palácio da Justiça. Passamos em frente à Catedral de Notre Dame e atravessamos o rio Sena pela Pont d’Arcole. Não sem antes comprar um crepe que fui comendo pelo caminho.
A Sainte Chapelle escondida dentro do Palais de Justice |
Rio Sena |
Hôtel de Ville |
Mercado de flores na île de la Cité |
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Catedral de Notre Dame |
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Detalhe da catedral |
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Na Pont d'Arcole, pausa para um crepe... ou dois... |
Museu do Louvre |
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Museu do Louvre |
Arc de Triomphe du Carrousel |
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A Grand Bassin Rond no Jardin des Tuileries |
O Jardin des Tuileries é uma verdadeira galeria a céu aberto |
Passamos depois pela Place de la Concorde, a maior praça de Paris e palco de importantes acontecimentos na história da França. Foi nela que, durante a Revolução Francesa, os revoltosos instalaram a guilhotina com a qual executaram mais de mil pessoas, entre elas o Rei Luís XVI, Maria Antonieta, Lavoisier, Danton e Robespierre. No centro da praça, no exato lugar onde fora colocada a guilhotina, existe agora um enorme obelisco de mais de três mil anos que antes marcava a entrada do imponente templo de Amon em Luxor, no Egito. Esse obelisco, trocado com o vice-rei do Egito por um relógio, levou dois anos para chegar em Paris e mais três anos até ser instalado em 1836 na praça, em pé e totalmente ileso. Uma proeza fantástica para a engenharia de então.
Fontaine des Mers, na Place de la Concorde |
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O Obelisco de Luxor |
Avenue des Champs-Élysée |
O Arco do Triunfo (Ou uma parte dele, pelo menos) |
Detalhe do Arco |
À noite resolvemos jantar em Montmartre mesmo. Escolhemos um restaurante na Rue des 3 Frères, uma das ladeiras que descem até o Boulevard de Rochechouart. O pequeno restaurante se mostrou uma ótima escolha, muito mais calmo que aqueles apinhados de turistas nas ruas principais do bairro. O menu com entrada, prato principal e sobremesa custou 15 euros, um preço justo.
Mesmo depois de 12 horas de voo e da longa caminhada pela Via Triunfal, ainda tivemos pique para andar pelo Boulevard de Clichy, uma espécie de “distrito vermelho” de Paris e onde se encontra o Moulin Rouge.
Sucumbimos, enfim, ao cansaço e voltamos ao hostel para dormir e nos preparar para "flanar" por Paris no dia seguinte.
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